O mundo é das mulheres

Depois de uma sessão monocromática, passei ao extremo oposto: Dreamgirls.

E digo-vos uma coisa: as mulheres, se quisessem, dominavam o mundo.

No filme, elas é que fazem andar a história, elas é que criam e resolvem tensões, elas é que sofrem com os conflitos, elas é que fazem o espetáculo, elas é que escolhem os gajos e elas é que deixam os gajos. Elas é que animam a malta, elas é que têm os filhos e elas é que sabem e fazem o que querem. Mesmo que demore anos.

Foi um trio negro feminino que conquistou audiências brancas. Foi Deena-Diana que passou de cantora secundária a diva da disco e ainda lixou o marido, que antes tinha lixado a amiga. É lindo!

A "ídolo" que ganhou o Óscar vai mesmo muito bem - a voz dela é uma manta polar - a Beyonce transforma-se facilmente numa Ross (pelo menos a nível de caracterização) e o Eddie... O Eddie. O Burro do Shrek... Também vai bem. Grande casting. Pena ser um musical e, a certa altura, eu já me estar a contrair com espasmos pré-gregoriantes de enjoo musical em cenas sentimentais marcantes. Mas gostei.